quinta-feira, 26 de maio de 2011

Trocas

Aconteceu uma coisa que, pra mim, foi muito interessante. Uma amiga me ligou um dia desses pra me perguntar se podia passar meu telefone pra uma mãe da escolinha que sua filha frequenta pois ela estava precisando com urgência do Xeloda. E como eu passei por toda a via crucis pra conseguí-lo, podia ter informações boas e úteis. Com certeza nos falamos e fiz o que pude pra ajudar.  Mas não consegui ajudá-la além de passar as informações que tinha em mãos. Como essa situação me angustiou.... A sensação que eu tive foi exatamente a que tive quando estava correndo atrás do meu remédio. Uma pessoa que nunca vi e me comoveu e me preocupou tanto! Ela conseguiu o remédio pelo SUS no tempo previsto pra começar o tratamento. Fiquei muito feliz!
Mas o que achei tão interessante é que estamos todos ligados. E que é muito fácil desejar coisas boas pra quem a gente gosta, que é fácil querer ajudar quem a gente conhece, mas tenho recebido tanto de pessoas que eu nunca vi, nem falei, que aos poucos, essa rede de boas energias vai crescendo. Essa troca de informações, de carinho, acho que vão me mostrando aos poucos o que significa compaixão, de verdade.

"Compaixão é reconhecer no outro sua natureza estável, perfeita, luminosa, sua condição verdadeira, quebrando o encanto dos jogos mentais que estão produzindo as complicações." Lama Padma Santem

E posso completar assim: .... que estão produzindo as complicações e nos distanciando uns dos outros. Essas trocas nos reconectam, e isso é ótimo e necessário!


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Notícia boa, notícia ruim....

Passei algumas semanas muito angustiada porque no começo da quimio, depois de tantos exames realizados (várias tomografias, biópsia óssea, CA153 explodindo), esquecemos de um exame que, neste caso, era também muito importante, a tal cintilografia óssea que eu tenho sempre tanto medo...
Então não a fizemos no começo da quimio e, quando fizemos, não tivemos um resultado muito bom, o tal esqueleto pintadinho..... Ficamos sem parâmetro, sem referência, ficamos sem saber se o tratamento estava dando certo. Tivemos que esperar mais uns ciclos pra, finalmente, começar a entender se a coisa toda está realmente funcionando. 
E está! 
Apesar de eu estar me sentindo mais fraca, com muita dor, com uma sensação esquisita de doença no corpo (e essa é a notícia ruim....) as lesões estão diminuindo. Essa doença que insiste em ficar por aqui, está morrendo. E essa é a notícia boa. E pronto.